quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Martinho Lutero: Fundador do protestantismo foi um dos responsáveis pela concepção de ensino público que serviu de modelo para a escola moderna no Ocidente


Foi de Lutero a ideia de dividir a educação em três grandes ciclos (fundamental, médio e superior)

 Frase de Martinho Lutero:
“Quando a escola progride, tudo progride”

Martinho Lutero nasceu em 1483 em Eisleben, norte da Alemanha. Seus pais queriam que fosse advogado, mas ele procurou formação num mosteiro em Erfurt. Aos 25 anos, foi para a Universidade de Wittenberg, onde se formou em estudos bíblicos. Numa viagem a Roma, ficou escandalizado com os costumes do clero. Ao voltar, iniciou carreira de professor e pregador, sob proteção do príncipe Frederico, o Sábio. Em 1517, Lutero publicou suas 95 teses teológicas. Quatro anos depois foi excomungado pelo papa Leão X e reafirmou suas convicções perante os governantes alemães, na Dieta (reunião parlamentar) de Worms, de onde saiu proscrito. Após um ano refugiado, sob proteção de amigos, retomou a vida religiosa em Wittenberg. Em 1525, casou-se com a ex-freira Katherina von Bora. Nas duas últimas décadas de vida, ganhou prestígio popular, enquanto o apoio dos governantes variava com as circunstâncias. Em 1546, morreu durante visita a sua cidade natal.

Movido pela indignação e pela discordância com os costumes da Igreja de seu tempo, o monge alemão Martinho Lutero foi o responsável pela reforma protestante, que originou uma das três grandes vertentes do cristianismo (ao lado do catolicismo e da Igreja Ortodoxa). O nascimento do protestantismo teve profundas implicações sociais, econômicas e políticas. Na educação, o pensamento de Lutero produziu uma reforma global do sistema de ensino alemão, que inaugurou a escola moderna. Seus reflexos se estenderam pelo Ocidente e chegam aos dias de hoje.

A ideia da escola pública e para todos, organizada em três grandes ciclos (fundamental, médio e superior) e voltada para o saber útil nasce do projeto educacional de Lutero. “A distinção clara entre a esfera espiritual e as coisas do mundo propiciou um avanço para o conhecimento e o exercício funcional das coisas práticas”, diz o pastor Walter Altmann, presidente da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil.
Venda de indulgências

Embora nunca tivesse planejado uma cisão na Igreja, Lutero dedicou a maior parte de sua vida à polêmica doutrinária em torno da fé cristã. Sua produção intelectual foi intensa e erudita, e seus atos, graças ao surgimento da imprensa e do clima de descontentamento social, ganharam vasta repercussão. Apesar da complexidade do cenário, pode-se identificar dois fatores que desencadearam a dissidência de Lutero.

O primeiro foi à venda de indulgências pela Igreja. Segundo esse costume, que se iniciou na última fase da Idade Média, os fiéis podiam comprar, de um representante do clero, parte da absolvição de seus pecados. A prática era oficial, aprovada pelo papa e vinha acompanhada de um ritual solene. O comércio de indulgências representava uma espécie de resumo do que havia de mais condenável no comportamento da Igreja daquele tempo: ganância, ostentação, arbitrariedade e mundanismo. As deturpações do cristianismo incomodavam os poderes locais e repugnavam os intelectuais.

Lutero sempre havia pregado contra as indulgências, mas o que o levou a realizar um protesto público, em 1517, foi a venda de uma indulgência especial, que oferecia privilégios específicos, lançada pelo Vaticano para financiar a reconstrução da Basílica de São Pedro. Contra ela, Lutero elaborou 95 teses, criticando as práticas eclesiásticas, e afixou-as na porta da Igreja do Castelo de Wittenberg. Foi o início do conflito entre o monge alemão e a autoridade papal.

Uma nova classe

A segunda grande inquietação de Lutero tinha origem doutrinária e o atormentou durante seus anos de formação. Ele não aceitava o princípio, então dominante no cristianismo, de que a justiça divina se manifestava, no plano terreno, como um julgamento dos atos dos homens. Para Lutero, isso produzia medo e tornava praticamente impossível o sentimento espontâneo de amor a Deus. A indignação de Lutero só se dissipou quando, ao interpretar os Evangelhos, concluiu que os homens vivem por uma graça de Deus e que a justiça divina é revelada pela leitura das escrituras, de modo passivo e independentemente dos méritos ou ações de cada um durante a vida. Foi o que se tornou conhecido como doutrina da salvação pela fé.

A reivindicação de liberdade para interpretar a Bíblia tornou-se não só um dos pilares da reforma protestante como o princípio fundador do projeto educacional de Lutero, que valorizou a alfabetização e o ensino de línguas – e, mais importante, pregou o acesso de todos a esse conhecimento. Os renovadores religiosos defendiam a formação de uma nova classe de homens cultos, dando origem ao conceito de utilidade social da educação.

Lutero tinha um projeto inovador, mas abominava a possibilidade de se tornar porta-voz de qualquer ideia ou ambição revolucionária. Mesmo assim, o surgimento do protestantismo foi ao encontro dos desejos da classe economicamente emergente de comerciantes, para quem a educação representava uma possibilidade de aceitação e ascendência social. Nas primeiras décadas do século 16, o Sacro Império Romano-Germânico era um mosaico de principados mais ou menos independentes. Os interesses político-econômicos do imperador, da Igreja e dos príncipes emperravam uns aos outros. Os príncipes, menos obrigados ao poder papal do que o imperador  viram em Lutero uma possibilidade de se afirmar politicamente contra a autoridade central e de contestar os direitos da Igreja sobre riquezas que se encontravam em seus territórios.

O fato de Lutero não acreditar que a salvação da alma estivesse vinculada às ações durante a vida não implicava descaso pelas coisas mundanas. Ao separar as esferas do poder espiritual e do poder temporal, o líder religioso alemão atribuía ao último a responsabilidade de administração da vontade de Deus – por isso a obediência civil seria um dever moral e a rebelião um pecado. “A ligação entre os dois mundos é a fé, porque os que creem são também vocacionados para servir o próximo na sociedade”, afirma o pastor Walter Altmann.

Instrução para fortalecer a cidade

Tão importante quanto Lutero para a educação foi Philipp Melanchthon (1497-1560). Durante o período que Lutero passou impedido de se manifestar publicamente, Melanchthon foi o porta-voz da causa reformista e se encarregou de reorganizar as igrejas dos principados que aderiram ao luteranismo. Esse trabalho resultou no projeto de criação de um sistema de escolas públicas, depois copiado em quase toda a Alemanha. A reforma da instrução era uma das principais reivindicações das camadas mais pobres da população, insatisfeitas com as más condições de vida e com o ensino escasso e ineficaz oferecido pela Igreja. Esses foram alguns dos motivos da revolta armada dos camponeses, sangrentamente reprimida em 1525. Tanto Melanchthon quanto Lutero viam na educação um assunto do interesse dos governantes. “A maior força de uma cidade é ter muitos cidadãos instruídos”, escreveu Lutero. Para isso, foi criado um sistema que atendia à finalidade de preparar para o trabalho e à possibilidade de prosseguir os estudos para elevação cultural. O currículo era baseado nas ciências humanas, com ênfase na história.

Para pensar

A criação de uma rede de ensino público foi planejada pelos reformadores luteranos a pedido de governantes que perceberam a urgência de oferecer instrução ao povo. O interesse dos príncipes era fortalecer seus domínios num tempo de constantes hostilidades entre os Estados. “Lutero argumentou que o dinheiro investido em educação seria menor que o gasto com armas e traria mais benefícios”, diz o pastor Altmann. E hoje, que argumento poderíamos utilizar a favor da educação para todos? 

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Os 3 Ds do Aprendizado

Você sabe andar de bicicleta? Pois é, é tão fácil, não é mesmo? Mas, você lembra do longo e desgastante processo da aprendizagem? do primeiro triciclo, depois aquela bicicleta com rodinhas atrás, até o pai tirar as rodinhas e segurar no banco onde você estava sentado, e finalmente o dia glorioso quando o seu pai lhe disse, para seu susto:
-   Agora, você está por sua conta e risco!
Você se recorda do frio que sentiu na barriga? de como os seus braços vacilaram naquela derradeira hora, quando a bicicleta rapidamente derrapou, até que, alguns segundos após, você retomou o controle para nunca mais perder o equilíbrio e o domínio da bicicleta?
  
O processo de aprendizagem dos conteúdos escolares é o mesmo que o da bicicleta!
Podemos sistematizá-lo como o Princípio dos 3 Ds:

DISCIPLINA    -    DETERMINAÇÃO   -   DEDICAÇÃO
  
1. DISCIPLINA: É preciso disciplina para não desanimar nos estudos. Há muitas coisas e afazeres que querem nos desviar a atenção, por isto, é necessário que saibamos nos disciplinar, seguir o horário pré-determinado, seguir a rotina pré-estabelecida, e não desanimar, nem deixar que a preguiça e o desânimo nos vençam.

2. DETERMINAÇÃO: Antes de enveredarmos por algum caminho ou numa direção de um compromisso, precisamos ter claro quais são nossos objetivos e metas.
  - O que eu espero disto que estou estudando?
  - O quanto eu estou disposto a investir nesta tarefa?
  - Como eu quero desenvolver esta tarefa?
  - Quando eu espero concluir esta tarefa?
  - Por que estou envolvido nesta tarefa?
Ao ter respondido estas questões, será incrivelmente mais fácil e prazeroso atender às demandas do estudo, pois você terá claro seus objetivos e seu nível de envolvimento. Assim, a determinação será uma consequência natural no desenvolvimento de seu estudo.
Tenha claro para si seu horário, e não o negocie com ninguém.
Tenha claro o conteúdo de seu estudo.
Reserve um lugar isolado e organizado de sua maneira para seu estudo.
Reserve um horário para exercícios e relaxamento.

3. DEDICAÇÃO: Ao se envolver num projeto de estudo, dedique-se a ele. Poderíamos aqui acrescentar um outro D: O de Desgastante. Sim, pois, para quem quer dedicar-se disciplinada e determinadamente com o estudo, há de contar com o desgaste. É preciso abrir mão do vídeo-game, da TV, dos amigos, do cinema... Infelizmente, não podemos fazer tudo que gostaríamos, por isto, é preciso gostar do que fazemos, mesmo que seja uma tarefa repetitiva e sem graça, como decorar e entender uma fórmula, ou alguma teoria... Temos muitas oportunidades para nos distrair e nos desviar a atenção. Há inúmeras tarefas mais divertidas e com um retorno mais rápido e prazeroso, por isto é necessário termos esta dedicação bem elaborada dentro de nós, mesmo que desgastante. Afinal, andaríamos hoje de bicicleta se tivéssemos desistido na primeira queda?
            Se quisermos ter sucesso em nossos estudos, é preciso termos Disciplina, Dedicação e Determinação, mesmo que tudo seja Desgastante.
            Porém, se mantivermos nosso foco naquilo que teremos, então, certamente, alcançaremos o objetivo proposto.

 Prof. Roberto Streppel - filósofo, teólogo, pedagogo

domingo, 14 de agosto de 2011

As Cinco Diferentes Atitudes


O texto a seguir é adaptado de uma história de Portia Nelson:
1 – Eu caminho pela rua. Existe um buraco na calçada. Eu estou distraído, pensando em mim, e caio lá dentro. Me sinto perdido, infeliz, incapaz de pedir ajuda. Não foi minha culpa, mas de quem cavou aquele buraco ali. Eu me revolto, fico desesperado, sou uma vítima da irresponsabilidade dos outros, e passo muito tempo lá dentro.
2 – Eu caminho pela rua. Existe um buraco na calçada. Eu finjo que não vejo, aquilo não é meu problema. Eu caio de novo lá dentro. Não posso acreditar que isto aconteceu mais uma vez, devia ter aprendido a lição, e mandado alguém fechar o buraco. Demoro muito tempo para sair dali.
3 – Eu caminho pela rua. Existe um buraco na calçada. Eu o vejo. Eu sei que ele está ali, porque já caí duas vezes. Entretanto, sou uma pessoa acostumada a fazer sempre o mesmo trajeto. Por causa disso, caio uma terceira vez; é o hábito.
4 – Eu caminho pela rua. Existe um buraco na calçada. Eu dou a volta em torno dele. Logo depois de passar, escuto alguém gritando – deve ter caído naquele buraco. A rua fica interditada, e eu não posso seguir adiante.
5 – Eu caminho pela rua. Existe um buraco na calçada. Eu coloco tábuas em cima. Posso seguir meu caminho, e ninguém mais tornará a cair ali.

sábado, 13 de agosto de 2011

Memorização


A memorização é uma condição essencial para um estudo eficaz e para a obtenção de resultados positivos. É possível desenvolver a memorização através de algumas ações que facilitam a recordação.
O método de estudo P.L.E.M.A (Pré-leitura; Leitura; Esquematização; Memorização; Auto-avaliação) consiste numa série de técnicas de estudo que facilitam a assimilação dos conteúdos com maior rendimento e menor fadiga. Este método é composto pelas seguintes etapas:
1.) Pré-leitura:
Leitura rápida, pouco profunda e global para perceber o assunto e as partes do texto. Para isso, deve-se atender aos títulos, subtítulos, resumos, conclusões e partes do texto que estão destacadas.
2.) Leitura:
Leitura detalhada e atenta do texto, que permite ter uma visão mais pormenorizada do assunto tratado. Nesta fase é importante sublinhar as ideias principais, fazer pequenas anotações e consultar o dicionário.
3.) Esquematização
Organização e sistematização de toda a informação, através de um esquema ou resumo da matéria, a utilizar quando da revisão final dos conteúdos a avaliar.
4.) Memorização:
Consolidação do conhecimento. Divisão do esquema ou resumo pelos tópicos ou ideias principais de forma a facilitar a retenção dos conteúdos. É aconselhável, quando da eventual memorização, fazer pequenos intervalos para descanso. Nesta fase é frequente recorrer-se a mnemônicas.
5.) Auto-Avaliação:
Verificação da compreensão e memorização, através de algumas atividades, como escrever ou dizer em voz alta, por palavras próprias as ideias principais retidas do esquema ou resumo. O objetivo desta fase é avaliar aquilo que no momento se sabe.      

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Olhando as coisas simples

O guerreiro da luz sabe que, como dizem os tibetanos, “não é preciso uma experiência mística para descobrir que o mundo é bom”. Basta perceber as coisas belas e simples à sua volta.
Quando tem medo, o guerreiro concentra-se nos pequenos milagres da vida diária. Se é capaz de ver o que é belo, é porque traz a beleza dentro de si – já que o mundo é um espelho, e devolve a cada homem o reflexo de seu próprio rosto.
Embora conhecendo seus defeitos e limitações, o guerreiro faz o possível para manter o bom-humor nos momentos de crise. Afinal de contas, o mundo está se esforçando para ajudá-lo, mesmo que tudo à sua volta pareça dizer o contrário.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

O Fogo e a Fé

O mestre encontrou-se com os discípulos certa noite, e pediu que acendessem uma fogueira, para que pudessem conversar.
“O caminho espiritual é como o fogo que arde diante de nós”, disse.
“Um homem que deseja acendê-lo tem que se conformar com a fumaça desagradável, que torna a respiração difícil e arranca lágrimas do rosto. Assim é a reconquista da fé”.
“Entretanto, uma vez o fogo aceso, a fumaça desaparece, e as chamas iluminam tudo ao redor, nos dando calor e calma”.

A Sabedoria da Solidão

Desconfie daquele que vive na solidão; geralmente não está ali porque renunciou a tudo, mas sim porque nunca soube viver com os outros. 
Qual a sabedoria que podemos esperar deste tipo de gente?